Um dos jogos mais conhecidos do século, The Sims é uma série de jogos eletrônicos de simulação de vida real que foi criada pelo designer de jogos Will Wright e produzida pela empresa Maxis e distribuída pela Electronic Arts.
Sendo bem simples e objetivo, The Sims conseguiu atrair muitos fãs. Assim, o jogo permite ao jogador criar e controlar a vida de pessoas virtuais, os famosos “Sims”, e também, criar casas e lotes. Portanto, com seu sucesso, os jogos foram convertidos para diversas plataformas, incluindo principalmente para computador. Podemos também jogar The Sims em celulares, no Playstation, Xbox e entre outros.
The Sims possui 4 séries, e cada uma possui várias expansões para completar o jogo. Além do mais, recentemente, foi anunciado pelo executivo da EA Games que The Sims 5 estaria em desenvolvimento, que será lançada para a próxima geração de consoles (PS5 e Xbox Series X).
Entretanto, The Sims não é apenas um jogo de controlar personagens virtuais e construir casas. Assim, quero analisar a evolução de cada versão de The Sims, apontando os principais erros e acertos da série. Para muitos, The Sims é um jogo muito reconfortante, graças a construção de mundo e o simulador de vida que ele apresenta para os jogadores, principalmente porque o jogo nos ajuda a nos sentir em controle, podendo atender as necessidades e desejos que até temos na vida real que podemos aplicar no jogo.
A jogabilidade do The Sims
Inicialmente, The Sims era para ser um jogo projetado para ser um simulador de arquitetura, deve ser por esse motivo que o jogo nos apresenta um sistema de arquitetura bem avançado. Entretanto, desenvolvendo o jogo, os criadores perceberam que os Sims eram bem mais interessantes que as casas.
Outro ponto é como os criadores pensaram na criação das necessidades dos Sims. Inspirado em um conceito chamado de hierarquia de necessidades de Maslow, Abraham Maslow, psicólogo americano, define cinco categorias de necessidades humanas: fisiológicas, segurança, afeto, estima e autorrealização.
Portanto, cada necessidade é controlada pelo jogador em um painel de controle que a grande maioria já deve estar familiarizado. Caso os níveis de necessidades comecem a ficar bem baixos, o Sim não consegue realizar outras atividades e acaba ficando com um nível de humor baixo e pode até falecer. Além disto, os Sims apresentam desejos, como desenvolver alguma habilidade ou relacionamento com outro Sim. Portanto, o jogador vai tomar decisões sobre a realização destes desejos.
O mais interessante de The Sims é que tecnicamente o jogador não vence o jogo. Ou seja, o jogador pode jogar para sempre, afinal, seus Sims vão ter filhos, netos, vão morrer, seguindo o ciclo da vida. Assim, The Sims acaba refletindo nos aspectos da realidade e isso acaba deixando o jogo autêntico. Mas claro que também, o jogo usa alguns aspectos de fantasia, como alienígenas ou vampiros para entreter. Entretanto, são situações simples da vida real que acabam também tornando o jogo divertido.
The sims 1: O começo de tudo
Talvez muitos jogadores tenham começado a jogar pelo The Sims 2 ou 3 e nunca tenham esbarrado com o primeiro jogo. Assim, lançado em 2000, The Sims, usa combinação de técnicas gráficas em 3D e 2D, ou seja, os Sims chegam a ser objetos 3D, mas a casa e seus objetos são mostrados simetricamente.
Em 2002, o jogo acabou fazendo tanto sucesso que se tornou o jogo mais vendido de computador de todos os tempos. Entretanto, a Electronic Arts (EA), empresa que controla a Maxis, ainda não enxergava um grande sucesso do jogo. O logo da Maxis sempre então aparecia na frente das primeiras imagens de The Sims, e o logo da EA não tinha tanto destaque. Só em uma das expansões de The Sims 2 que a EA Games começou a perceber o grande sucesso da série e começaram a substituir lentamente o logo da Maxis pelo seu próprio.
O primeiro The Sims teve sete expansões lançadas até 2003. O jogo naquela época apresentava ser inovador pela ideia de simulador de vida que apresentava, além de claro, poder criar uma casa para seu Sim com ferramentas mais desenvolvidas. Desta forma, cria-se uma curiosidade para os jogadores com essa proposta nova. Poderíamos encontrar outros jogos que controlassem-os nossos personagens, mas não tão focado e desenvolvido como o primeiro The Sims.
Assim, ao jogar The Sims, mesmo que sendo um jogo individual, que jogamos diante da tela do computador, “acabamos interagindo com os personagens do jogo, com as regras que o jogo estabelece e aceitando os limites impostos pela escolha daquele jogo”.
The sims 2: As histórias dos personagens
Em 2004, é lançado o segundo jogo. The Sims 2 chegou ser eleito duas vezes o melhor jogo eletrônico de estratégia de todos os tempos. O jogo acontece em um ambiente completamente 3D e acaba o tornando assim muito mais real.
The Sims 2 teve o foco de construir seus personagens, ou seja, cada Sim tem sua aspiração específica, que pode ser romance, família, riqueza, conhecimento, popularidade ou prazer. Essas aspirações, acabam de certa forma afetando os desejos e medos pessoais do Sim.
O jogo também trouxe alguns personagens da outra versão, ou seja, os NPCs, que já podem ser encontrados no jogo para a interação de seus Sims com eles, ou até jogar com a família deles. Entretanto, são personagens que acabam sendo mais trabalhados. Além destas inspirações que o jogador pode escolher, o que mais é aprofundado e importante são as lembranças e relações destes Sims.
O jogo base de The Sims 2 te dá a possibilidade de jogar em 3 tipos de vizinhanças e você pode encontrar outros Sims para a jogabilidade, como já disse. Os criadores aprofundaram muito as relações dos personagens, o que traz uma proposta de jogo muito interessante. Talvez até era mais interessante jogar com uma família do jogo base do que criar sua família do zero.
Um exemplo disto era o grande mistério do sumiço de Laura Caixão. Os criadores conseguiram criar uma história do sumiço de uma personagem presente do jogo base que mesmo após anos de lançamento do jogo, ainda era um grande debate nos fóruns. Poderiamos jogar na vizinhança de Estranhopolis, onde acompanhariam os personagens sendo abduzidos por aliens ou uma senhora que possuía um grande cemitério em sua casa. Ou o mais interessante, os conflitos de famílias entre os Caputos e Montez, totalmente inspirados na história de Romeu e Julieta, na vizinhança Vila Verona.
Portanto, além do grande desenvolvimento gráfico que The Sims 2 nos trouxe, outro fator muito interessante são as relações criadas dos Sims. Também, ao você criar seu Sim, o jogo torna muito importante as memórias. Ou seja, a cada memória, seja boa ou ruim, fica marcada para o seu Sim e você pode visualizar. Isso se torna muito interessante para aquele tipo de jogador que adora criar famílias com grandes gerações.
The Sims 2 recebeu oito expansões, sendo as mais favoritas e que se iam repetir em outras versões: Vida de Universitário, que permitia seu Sim ir a universidade. Bichos de Estimação, que permite seu Sim ter um animal de estimação. A Quatro Estações, que introduz ao jogo a passagem de tempo, permitindo várias atividades específicas para cada estação que passa. E a Bon Voyage, que adiciona pontos turísticos para o Sim. The Sims 2 ainda contou com mais oito coleções de objetos, um novo tipo de expansão em que não se adiciona uma nova função, local ou personagens, mas somente objetos com um tema em comum.
The sims 3: A melhora da jogabilidade
O que mais ganha do The Sims 3 com certeza é a possibilidade de mundo que o jogo propõe. A Nova Vizinhança Viva e sem Emendas, desenvolvida pelo The Sims Studios, onde os Sims podem explorar livremente uma vizinhança repleta de vida.
O jogo foi lançado em 2009 e teve por volta de onze expansões. Ainda criava-se a profundidade das relações de seus Sims, até trazendo os mesmos personagens para esta versão. Como Laura Caixão (agora com seu sobrenome de solteira: Solteirus) e Vladmir Caixão, só que ambos são crianças. O jogo base tenta mostrar o surgimento do bairro Bela Vista, que é apresentado como Sunset Valey. Outro ponto é que podemos criar características para a personalidade do seu Sim. Ou seja, os traços, que tem várias possibilidades e vão aparecendo mais a cada expansão adicionada ao jogo. Mas mesmo assim, seu foco foi na melhoria da jogabilidade do jogo.
Nos outros dois jogos, o ponto principal era a casa do Sim. Inclusive no The sims 2, para você se movimentar com seu Sim para outro lugar da vizinhança, você acabava tendo uma tela de carregamento. Muitas vezes demorava, e isso acabava se tornando incômodo para os jogadores, fazendo então os permanecer na casa do Sim só para jogar. Outro ponto é que quando você saia com o Sim para algum lugar e voltava, o horário voltava para a hora que seu Sim saiu de casa, parecendo que você voltou no tempo.
Então, The Sims 3 acaba tentando trazer a ideia de liberdade. Você escolhia a vizinhança desejada para jogar e assim, poderia andar livremente com um Sim, sem ter o carregamento de tela. Você poderia controlar seu Sim, tanto, por exemplo, na praça da vizinhança, e ao mesmo tempo, seu outro Sim que permaneceu em casa. Isso acabou nos trazendo possibilidades infinitas e divertidas para o jogo, sem ter que contar com o carregamento de tela para se movimentar na vizinhança. Infelizmente isso tornou o jogo um pouco mais pesado.
Outro ponto interessante é que no The Sims 3 se teve a primeira possibilidade de interação online entre jogadores. No pacote de expansão Showtime, mais focado na carreira artística, fama e fortuna dos Sims, você pode mandar seu Sim para uma turnê e ele faz shows no jogo de seus amigos que são adicionados no site do The Sims ou no da Origin.
Além do Showtime, The Sims 3 contou com outras expansões famosas, como a Vida de Universitário, Estações e Pets, que acabam sendo inspirações de outras expansões de outras versões. A mais icônica que fechou a série com chave de ouro com certeza foi a do Futuro, que permite seu Sim viajar ao futuro e fazer interações naquele mundo, podendo mudar o futuro para um mundo utópico ou distópico.
The sims 4: Um jogo visualmente bonito e apenas isso
E assim, o último jogo lançado da franquia de 2014, The Sims 4, focou totalmente nas melhorias gráficas do jogo. Isto acabou sendo um grande ponto negativo que, ao tentar melhorar esse ponto ao máximo, acabou deixando de lado ferramentas até que simples, mas que fizeram uma grande falta em seu jogo base.
Desta forma, conseguimos ver grandes vizinhanças, bem feitas e decoradas e o design dos Sims mudou de uma forma bem interessante. Outro ponto positivo é a criação dos Sims que se tornou mais avançada, mesmo tirando a ferramenta principal que é de personalizar as roupas (e objetos) que foi introduzida no The Sims 3.
Só que, por mais que se teve uma grande melhoria nos gráficos e nos modos de construção de casa, mundo e dos Sims, o ponto principal do jogo foi deixado de lado até ser esquecido, que são as interatividades que os Sims traziam em outras versões. O que as outras versões pregavam, que era a importância das relações e lembranças do Sims, é totalmente deixado de lado, trazendo um jogo só visualmente bonito.
De certa forma, isso pode agradar jogadores que só jogam algumas vezes, onde não tem muita paciência para jogar um jogo com a mesma família por muito tempo. Mas ainda temos aqueles jogadores que gostam de criar uma família de gerações e gerações e isso pode acabar sendo um ponto muito negativo para essas pessoas. A proposta em seus primeiros jogos, que fazia nós, jogadores, ter o controle dos Sims de realizar seus sonhos e suas relações familiares, parece que é deixada de lado. Focaram tanto na melhoria dos gráficos, que deixaram de lado o essencial que talvez nem chegou a ser completado com outras expansões.
The Sims 4 teve 13 pacotes de expansões, além de várias coleções de objetos. O que acabou agregando muito ao jogo e foi um ponto positivo para aqueles que gostam de trabalhar na criação de casas.
The sims 5 e seu novo concorrente, Paralives
Além de toda a jogabilidade oferecida por The Sims que faz seu sucesso, também devemos levar em conta que o jogo está no mercado desde os anos 2000, sendo então reconhecido por muitas pessoas e que marcou a infância de muitos outros. Também, sendo ainda um jogo buscado por muitas pessoas.
Outro fator é que não encontramos um jogo tão completo de simulador de vida, criação de mundo e controle de personagens como The Sims é. O mais próximo seria SimCity, da mesma franquia, que os jogadores podem criar grandes cidades. Onde seu último jogo acabou caindo no mesmo erro de The Sims 4, de apresentar gráficos bonitos e deixar de lado o essencial.
Entretanto, agora, a EA Games vai precisar se preocupar. “Você vive e depois morre. Mas pelo menos faça isso em uma casa legal”: Paralives chega para ser a principal concorrente de The Sims. Criado por Alex Massé, um designer de jogos e artistas, “ele vê a oportunidade ideal para criar ferramentas de construção poderosas e elementos de simulação que ele sempre quis jogar”.
Paralives é um jogo indie, que está sendo desenvolvido para PC e Mac. Sem data de lançamento ainda, mas que vai ser comercializado através da Steam, a principal concorrente da Origin, plataforma que possui The Sims. O ponto forte de Paralives com certeza é a construção de casas, permitindo muitas ferramentas flexíveis. Mesmo assim, não é deixado de lado a criação de personagens e o gerenciamento de suas vidas. O modo simulação ainda permite que os jogadores possam explorar as cidades para conhecerem pessoas. Como também participarem de eventos, evoluírem, de uma forma boa na vida, ou não.
“O nome Paralives é uma referência a Vidas Paralelas, permitindo que os jogadores vivam diferentes vidas virtuais e construam casas para encená-las”. Entretanto, mesmo divulgado algumas informações do jogo na internet, ainda não temos certeza de como será o jogo. Mas para saber um pouco mais, recomendo o canal do Dimissauro, que teve a oportunidade de jogar um pouco e mostrar para os seus inscritos.
Assim, a EA Games precisa se preparar para talvez sua maior concorrente em termos de jogos de simulação. A empresa então, disse que estaria desenvolvendo o The Sims 5 mas possivelmente sendo lançado só daqui alguns anos. Mas talvez o que torne mais de interesse ao jogadores é a disponibilidade de jogar online com outros jogadores que chegou a ser divulgado. Só que talvez não agrade todos os fãs, afinal, The Sims sempre foi um jogo individual durante todos esses anos. É uma proposta arriscada e que teremos que acompanhar seu desenvolvimento durante o tempo.
E para mais analises de jogos, já falei sobre visual novels, gênero famoso no Japão: Sobre a série Science Adventure, e também sobre recomendações de visual novels que estão disponíveis na Steam.