Perto demais da realidade
Aproveitando que a PlayStation Plus liberou BioShock: The Collection pra assinantes, resolvi trazer pro Chimichangas (sem spoilers) um pouquinho sobre o absurdo que é Rapture e o quão assustadoramente perto do possível isso está.
No gods or kings. Only Man.
Tudo começou com Andrew Ryan (antes Andrei Rianofski). Ryan é o suprassumo da elite. Acha que o fato de ser podre de rico realmente o faz melhor que a maioria das pessoas e se orgulha disso.
Então por que não criar uma cidade subaquática isolada e secreta onde só as pessoas que ele considera dignas (e igualmente ricas) possam viver? Uma utopia, sem censura pra artes ou ciência. Tudo que o dinheiro possa pagar e sua cabeça possa imaginar é permitido.
Parece ótimo, não?
(Eu te digo: NÃO!)
O negócio começa a desandar logo após o término da construção. Nenhum entre os ricos se rebaixaria a ponto de botar a mão na massa e levantar a cidade batizada de Rapture, certo? Então qual seria o fim dos operários levados para a construção?
Óbvio que não faziam parte da mesma elite merecedora de seu lugar no paraíso subaquático, e foi aí que a periferia de Rapture começou a se instalar.
Agora, acompanha comigo:
O que você faria se não tivesse ninguém pra dizer que é errado?
Sem a desculpa da moralidade e leis existentes na superfície, a natureza humana tomou um rumo completamente perturbador.
Experiências científicas realizadas em seres humanos marginalizados, inclusive pequenas menininhas órfãs, são apenas um dos absurdos que aconteciam em Rapture.
Sem contar a enorme onda de depressão que abateu toda a cidade por conta do confinamento, sem nenhum contato com a sua vida na superfície, nem mesmo a luz do sol pra confortar o coração.
Liberdade! … mas não muito.
Quando Ryan viu seu paraíso começar a desmoronar, o magnata mostrou as garrinhas (ainda mais). Nada nem ninguém poderia ter a audácia de acabar com o seu sonho, sua utopia, seu investimento. E, por isso, é totalmente válido pra ele que quem tentar, tem que morrer!
Mas (ainda bem) toda ditadura enfrenta uma resistência e, com isso, a revolução se instaurou em Rapture.
E mesmo sendo totalmente “contra seus ideais” iniciais, Ryan usou até mesmo de controle de mente pra poder manter tudo e todos em suas mãos.
Ninguém poderia ser mais poderoso ou mais querido que ele. E é nesse contexto que Rapture cai e BioShock começa.
Distopia
Tudo está completamente contrário ao que Ryan pretendeu no início. Ou não.
A queda de Ryan e Rapture é consequência direta do seu ego e, por isso, a cidade está em ruínas, tudo é claustrofóbico, escuro e hostil.
Sabe o que me assusta? Isso é o espelho do que a natureza humana pode se tornar sem a moralidade, sem reconhecer e/ou diferenciar o bem e o mal.
É o que eu acredito que aconteceria em um mundo regido descaradamente pelo dinheiro, o que não tá muito longe da nossa realidade atual.
Então, pensa aqui comigo, coloca mais tempo ou um pouquinho mais de agressividade no capitalismo que rege nosso planeta e vê se você não concorda que a realidade de Rapture (tirando os poderes especiais, talvez) não tá assim tão impossível.
PORTANTO, a lição que eu tiro da franquia BioShock é:
NUNCA CONFIE EM IDEIA DE GENTE MUITO RICA! A chance maior é que coisa boa não vai sair.
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