O sangue ferve!
É claro pra quem quiser ver que todos nós amamos vilões. Alguns amam tanto que até elegem eles, né? Eu, particularmente, acho sensacional quando pego um jogo e percebo que o vilão é bem escrito, tem uma personalidade intrigante, ou até mesmo só é mau de graça, mas incrivelmente cativante (alô, Coringa).
Algo na eficiência do vilão faz com que seja muito mais satisfatório quando enchemos o patife de porrada.
Então eu decidi falar um pouquinho dos melhores (leia-se meus preferidos) vilões dos games!
— Vaas Montenegro | Far Cry 3
Vaas é o segundo vilão de Far Cry 3 e também a cara de praticamente todo o material de divulgação do game.
Ele é doido. Completamente doido. Mas, ao contrário do seu chefe — e primeiro vilão — Hoyt Volker, Vaas é terrivelmente carismático. Entre um misto de sadismo, violência e orgulho, Vaas surpreende com humor e frases filosóficas.
Sua personalidade dá saltos imprevisíveis, mas a constante é o desprezo. Ele despreza a maioria das pessoas, principalmente o estilo de vida que Jason, o protagonista, leva. Isso fica claro quando Jason e seu irmão, Grant, tentam fugir de Vaas e ele não poderia ligar menos.
Com a maior calma do mundo, arrisco até dizer que rolou um divertimento ali, Vaas mata Grant e desafia Jason a fugir também (Run, Forrest. Run!), simplesmente porque ele não liga. Ele gosta de poder não ligar e, tal qual Coringa, ele só quer ver o mundo queimar!
— Andrew Ryan | Bioshock
Pra começo de conversa, Andrew Ryan é um magnata, o que já é meio caminho andado pro quesito VILÃO. Ele é podre de rico e, por isso, resolveu fundar Rapture, que nada mais é que um mundo subaquático utópico (pra ele), que ele compartilharia apenas com quem ele achasse digno (pois ele é rico então se acha no direito de julgar).
Um mundo onde ele poderia controlar quem entra e o que cada um pode fazer, e ninguém na superfície poderia descobrir sobre isso, portanto, quem se arrepender e quiser ir embora, morre.
Claro que tudo começou a dar errado e Ryan surtou, se tornando um ditador recluso e cada vez mais cruel. Até experimentos em humanos, a seu ver, descartáveis, fazem parte dos seus métodos.
Doido.
— Excella Gionne | Resident Evil V
Excella é, desde cedo, o que gostamos de chamar de prodígio. Pulou anos e se formou com glórias em Engenharia Genética e, além da inegável inteligência, também tem talento incrível para negócios. Por isso, com apenas 18 anos, já se tornou um membro do departamento de produtos farmacêuticos Tricell.
Por ter plena consciência das suas capacidades, se sentiu ofendida quando apenas uma equipe de pesquisa foi disponibilizada pra ela, e foi aí que Albert Wesker (já vamos falar dele, inclusive) viu sua oportunidade.
Também ciente da brilhante inteligência e habilidade pra negócios de Excella, além de sua posição privilegiada dentro da companhia, Wesker tratou logo de envolvê-la em seus planos, e Excella subiu cada vez mais na carreira e expandiu muito os negócios da família desenvolvendo armas biológicas.
Porém, é claro que nada disso foi posto pra bom uso. Apesar de toda sua sagacidade, Wesker manipulou Excella pra todos os piores fins. Ela passou a acreditar numa nova humanidade “evoluída“, e que, ao lado de Wesker, seria a rainha deles.
Ledo engano, minha senhora.
— Albert Wesker | Resident Evil
Presente em quase todos os jogos da franquia, Wesker é, na minha opinião, o melhor vilão de Resident Evil. O desgraçado foi criado desde cedo pra ser um vilão e cumpre esse papel com maestria.
Filho de pais considerados intelectualmente superiores, Albert já nasceu pra ser cobaia do Projeto W, onde teria seu intelecto despertado e seria doutrinado a aceitar e seguir os princípios e valores que Ozwell E. Spencer — líder e financiador do projeto — considerava corretos, se tornando então uma das 13 “Crianças Wesker“.
Assim como Excella, Wesker também é formado em Engenharia Genética. E durante sua vida, seguiu todos os seus objetivos sendo incrivelmente astuto, sádico e sedento por cada vez mais poder, tanto que não via problema algum em basear sua pesquisa na criação de armas biológicas com seres humanos (!).
Wesker acreditava que a humanidade já tinha atingido o máximo do seu potencial evolutivo e não poderia melhorar nada além do que já tínhamos alcançado.
Portanto, por que não extinguir todo mundo e começar tudo de novo com ele na liderança?!
¯\_(ツ)_/¯
— Handsome Jack | Borderlands
Jack sempre teve seus problemas, o pai morreu quando era novo e a mãe o abandonou. Jack cresceu aos “cuidados” de sua avó abusiva e foi aí que as coisas começaram a engrossar.
Mas ele não começou como vilão, propriamente dito. Era só um cara de caráter duvidoso, completamente egocêntrico, implacável, extremamente egoísta e irritantemente carismático. Tudo que faz é pro seu próprio ganho pessoal.
Foi em Borderlands 2 que, depois de sentir o gostinho do poder nas mãos, Jack ficou totalmente doido e se tornou o ditador de Pandora, jurando vingança a todos os VaultHunters.
Pra você ter uma pequena noção do quão cretino Handsome Jack é: o cara trancou a própria filha numa central de controle só pra poder usar seus poderes de Siren, e ainda tem a cara de pau de falar por aí que só fez isso porque “vocês não viram o que ela fez com a mãe dela, eu não tive outra escolha…”, o que é uma mentira descarada.
E foi por isso que eu usei a expressão “irritantemente carismático”, ele não faz o menor esforço pra esconder o quanto é mau caráter.
Inferno de homem.
— Ultimecia | Final Fantasy VIII
Vou assumir aqui que to arrependida de ter colocado a Ultimecia nessa lista. Não porque ela não é uma boa vilã, mas porque eu não faço ideia de como explicar essa mulher sem escrever um livro pra você.
Pra começar, ela é uma feiticeira maligna e poderosíssima de muitas gerações no futuro, considerando o tempo que o jogo se passa. E quando a gente mexe com viagem no tempo o negócio COMPLICA, mas vamos lá.
O objetivo de Ultimecia é “comprimir o tempo“, ou seja, ela absorveria todo o tempo, espaço e existência e se tornaria uma deusa viva. Mas isso nunca dá certo, graças aos SeeD. Quando Ultimecia é derrotada, ela volta no tempo, passa seus poderes para Edea, que junto ao seu marido criam a SeeD pra treinar Squall e derrotar Ultimecia, que volta no tempo, passa seus poderes para Edea, que junto ao seu marido criam a SeeD—
Enfim…
Enquanto Squall, o protagonista, no decorrer do game começa a criar laços e melhorar, superando seu isolamento emocional, Ultimecia segue o caminho contrário, e é consumida pelo medo, ódio e desconfiança. É por isso que ela quer comprimir o tempo, porque se ela for uma deusa viva, nada mais dá medo, nada mais dá ódio, pois só existe ela.
🙁
— Scott Shelby | Heavy Rain
Scott (antes Sheppard) cresceu com um pai abusivo, e dentre muitos problemas, o que mais influenciou pra sua vida virar o que virou foi a morte de seu irmão, John.
Enquanto os dois brincavam em um terreno em construção numa noite de chuva forte, John cai e fica preso num poço. Quando Scott pede ajuda ao pai, o lixo de homem nem se importa e, por consequência, John morre.
Após isso, Scott é adotado pela família Shelby, mas o estrago já foi feito. Scott se torna o Assassino do Origami, um assassino em série disposto a matar crianças com a desculpa de estar procurando um pai que ame seu filho o suficiente a ponto de abrir mão da própria vida pra salvá-lo.
Não bastando, Scott ainda se finge de investigador particular trabalhando no caso do Assassino do Origami, se aproximando das famílias das vítimas só pra manter em seu controle as informações disponíveis sobre ele e seus crimes.
Ainda carrego no coração a amargura por ter deixado esse saco de estrume sair impune uma única vez, só pra fazer todos os finais e poder platinar o jogo.
— GLaDOS | Portal
Genetic Lifeform and Disk Operating System (Forma de Vida Genética e Sistema Operacional em Disco, em tradução livre), ou seja, GLaDOS é a voz da razão em Portal. É ela que guia Chell, a protagonista, durante o jogo, e é só depois de um tempinho que ela começa a perceber que GLaDOS talvez esteja corrompida.
Uma IA de personalidade sarcástica, irreverente e cheia de lábia é algo que a gente não vê todos os dias, e é por isso que GLaDOS merece um lugar nessa lista.
GLaDOS deveria ser responsável pela manutenção e testes lógicos feitos pelo laboratório da Aperture, mas conseguiu hackear os sistemas e tomar todo o controle da empresa pra si.
Além de quase matar todos os cientistas do laboratório com a neurotoxina, GLaDOS tenta matar Chell também, mas é uma fofa e boa anfitriã já que oferece até bolinho pra nós. Temos que ser sinceros aqui e assumir que é impossível odiar essa demônia completamente.
— Kefka Palazzo | Final Fantasy VI
Talvez um dos vilões mais malignos e cruéis da história dos games, Kefka se esforçou bastante pra ser tão ruim quanto é possível ser.
Ele é apresentado pra nós como bobo da corte e general do exército do Imperador Gestahl, mas logo se mostra um perfeito psicopata, se denomina Deus da Magia e causa o Apocalipse.
Kefka não é somente ruim, ele é completamente louco e cruel, arrogante e manipulador, odioso a ponto de mandar seus soldados tirarem o pó das suas botas enquanto estavam num deserto, só pela petulância.
Ele destruiu o mundo e torturou quem conseguiu sobreviver.
É a própria definição da palavra vilão, é o mal encarnado, sem tons de cinza, sem motivações que justifiquem sua maldade. Dentre os vilões, é o mais vilão de todos.
Ish.
Vou parando por aqui, mas gente ruim, fictícia ou não, é um negócio que não acaba mais. Então comenta aí qual é o vilão que eu não citei mais marcante pra você!
Até a próxima!
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