Hoje eu trouxe uma lista de seis filmes brasileiros indicados ao Oscar e que foi um pecado não terem ganho. Então vamos lá amantes da sétima arte de todo Brasil.

Maurílio dos Anjos - Choque de Cultura gif

O Pagador de Promessas

O pagador de promessas - Seis filmes brasileiros Oscar

O Pagador de Promessas é um filme de 1962 dirigido por Anselmo Duarte, inspirado na peça de teatro de mesmo nome de Dias Gomes. Conta a história de Zé do Burro, interpretado por Leonardo Villar. Zé do Burro, pobre, dono de uma pequena propriedade em Salvador com sua mulher Rosa (Glória Menezes). Quando seu burro é atingido por um raio Zé resolve ir ao candomblé e fazer uma promessa por seu animal. Após a cura do burro Zé segue para pagar sua promessa, vende metade de suas terras e doa aos pobres, e coloca uma cruz imensa em suas costas e vai andando com ela até Salvador. É então que sua via crúcis se inicia.

O filme foi indicado no Oscar de 1963 na categoria de melhor filme estrangeiro. Apesar de não ter ganho o Oscar, (dado ao filme francês “Sempre aos domingos”) “O pagador de promessas” levou o Palma de Ouro do festival de Cannes. Um dos maiores prêmios do cinema do mundo. O filme de Anselmo Duarte está em 9° lugar entre os 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, pela Abraccine.

O que é isso, companheiro?

O que é isso, companheiro? - Seis filmes brasileiros - Oscar

Outro filme brasileiro indicado ao Oscar foi “O que é isso, companheiro?” (1997). Dirigido por Bruno Barreto, também concorreu na categoria de melhor filme estrangeiro. O filme conta a história do jornalista Fernando (Pedro Cardoso) e de seu amigo César (Selton Mello) no auge da ditadura militar. Em 1969, logo após o decreto do AI-5 vendo a censura à imprensa, vários direitos civis dos brasileiros sendo retirados e incontáveis militantes de esquerda sendo torturados e/ou mortos por militares, os dois amigos entram para um grupo de guerrilha de esquerda e em um dos ataques César é capturado. Para conseguir libertar César e mais um grupo de companheiros presos, Fernando trama o sequestro do embaixador americano.

Além do Oscar, “O que é isso, companheiro?” concorreu ao Urso de Ouro em Berlim em 1997. O Oscar de 1998 de melhor filme estrangeiro foi dado ao filme belga-holandes “Karakter”.

Central do Brasil

Central do Brasil - Seis filmes brasileiros - Oscar

O clássico dos filmes brasileiros (sendo franco-brasileiro) não ficaria de fora dessa lista. “Central do Brasil” (1998) é dirigido por Walter Salles, escrito por João Emanuel Carneiro e Marcos Bernstein e produzido pelo Suíço Athur Cohn e pela francesa Martine de Clermont-Tonnerre.

O filme conta a história de uma mulher, professora aposentada, Dora (Fernanda Montenegro). Dora trabalha escrevendo cartas para analfabetos na central do Brasil, no Rio de Janeiro e por muitas vezes perde a paciência com seus clientes. Rasga as cartas, ou guarda na gaveta as que acha sem sentido, ou com muita fantasia. Um de seus clientes é o menino Josué (Vinicius de Oliveira), de 9 anos e sua mãe (Sônia Lira). Após escrever ao pai do garoto, que não o conhece, a mãe de Josué atropelada na frente do filho e morre o deixando sozinho. Após muitos contrapontos, Dora decide ajudar o garoto.

“Central do Brasil” concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 1999, quem levou nesse ano foi o também incrível “A vida é bela”. Ainda por “Central do Brasil” Fernanda Montenegro concorreu ao Oscar de melhor atriz, quem levou nesse ano foi Gwyneth Paltrow, por “Shakespeare Apaixonado”. Nunca vou superar o fato de Fernanda não ter levado esse Oscar!

Uma história de Futebol

Uma história de Futebol - Seis filmes brasileiros - Oscar

“Uma história de Futebol” (2000) concorreu em 2001 ao Oscar de melhor curta-metragem live-action. Conta a história de um time de futebol de crianças. Um deles, Zuza (Antônio Fagundes), agora adulto, narra uma das partidas da equipe em 1950 e a importância dessa partida para os meninos desse clube de futebol. O curta de 20 minutos, alterna em cenas coloridas e cenas em cores enferrujadas, lembrando fotos muito antigas.

“Uma história de Futebol” perdeu a premiação para o curta alemão “Quiero Ser”, que conta a história de irmãos órfãos que lutam para sobreviver na Cidade do México.

Cidade de Deus

Dadinho - Cidade de Deus

Adaptado do livro homônimo de Paulo Lins de 1997, “Cidade de Deus” é um filme de ação brasileiro de 2002. Roteirizado por Bráulio Mantovani, dirigido por Fernando Meirelles mostra pelos olhos de Buscapé (Alexandre Rodrigues) o dia-a-dia de uma das favelas maus violentas do Rio de Janeiro. Buscapé, que sonha em ser fotógrafo, usa esse subsídio para não ter que entrar para a criminalidade. Mas sua história como fotógrafo acaba por se encontrar com a a vida de criminosos do lugar que vive.

“Cidade de Deus” não teve somente uma, mas 4 indicações ao Oscar de 2003. Concorreu na categoria de melhor diretor, melhor roteiro adaptado, melhor fotografia e melhor filme estrangeiro. Foi o único filme brasileiro até hoje a ter 4 indicações na que é uma das maiores premiações cinematográficas do mundo.

O Menino e o Mundo

O menino e o mundo - Oscar

A linda e emocionante história de um menino e o mundo. Esse filme de 2013 fala sobre a dor de uma família que se separa. O pai do menino precisa partir para encontrar uma oportunidade, algo para melhorar a vida dos que ama. E tudo é mostrado aos olhos desse menino, aos olhos de uma criança. Como essa criança entende o mundo e enfrenta dilemas logo tão cedo. Ele decide ir atrás do pai, por conta, sozinho, apenas com a esperança de ver sua família unida de novo. O enredo é simples, mas a abordagem é de uma complexidade gigantesca.

O filme não tem falas, não compreensíveis, e a falta de diálogo não interfere na interpretação da obra. Não é por menos que recebeu a grande indicação ao Oscar de melhor animação em 2016, junto com produções milionárias como por exemplo a vencedora desse ano “Divertidamente”.

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A grandiosidade dos filmes brasileiros ainda consegue me surpreender. O fato de não terem levado o Oscar, não é tão importante. Como disse em “O menino e o mundo”, estar entre produções gigantescas mundialmente assistidas, tem de nos dar muito orgulho do que produzimos.
A arte brasileira é linda!

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