O Natal está batendo em nossas portas e com ele chegam as reuniões de família, o reencontro com as tias e as conversas constrangedoras de família.
_E os namoradinhos?
Tia Maria, viúva 50
_Não vai casar, não fia?
Tia Carlota, fofoqueira
_E os netinhos chegam quando?
Vó, A minha.
Não sei você querido leitor, mas para mim isso é cena certa na ceia de Natal. Acho ainda que se você for mulher e ter passado de uma certa idade a intensidade das perguntas só tende a crescer! E é neste caos de constrangimento que surgiu a nova série da Netflix chamada “Namorado de Natal”
Ficha Técnica
- Estreia: 5 de dezembro 2019
- Duração: 30 min
- Gênero: Comédia , Drama
- Título original : Home for Christmas
- Elenco: Ida Elise Broch, Arthur Hakalahti, Hege Schøyen
- Nacionalidade: Noruega
- Série Original Netflix
Johanne é interpretada por Ida Elise Broch e é uma enfermeira norueguesa de 30 anos muito bem obrigada. Solteira, independente e feliz ela começa dezembro se esbarrando em como a época natalina é repleta de casais e dualidades. Todos os seus amigos estão casando/casados e com filhos.
Mesmo que esteja solteira e bem com sigo mesmo sua família e alguns amigos acha que falta algo, isso mesmo o tão ‘glorioso’ combo namorado/noivo/marido/pai/filhos. Cansada dos interrogatórios e pressões ela diz, no dia 1 de dezembro, que tem um namorado e irá apresentá-lo a família no Natal. É aí que inicia-se a busca desenfreada por um possível pretendente! E ela tem somente 24 dias para realizar o feito.
A indicação da série aconteceu via Twitter, por uma grande amiga, a Priscila Armani do Podcast Sexo Explícito, e confesso que fiquei meio relutante quando vi o título “Namorado de Natal”, quando percebi que tratava-se de uma série norueguesa já revirei o olho pensando que era algo cult, com um ritmo de cenas diferente com que estou acostumada. Bom eu suspirei e suspirei, mas dei o crédito da indicação e dei o play.
Depois do play
E que grata surpresa foi ver o primeiro episódio dessa série, eu, Mari, solteira e com 30 anos! A personagem principal está inserida em tantas situações que me vejo:
- Recusa em entrar em app de relacionamento;
- Frustração com pretendentes encontrados;
- Pressão familiar
- Pressão de amigos
- Foco na vida profissional
- Fuga de ex namorado
- Conversas constrangedoras com familiares
- Total falta de percepção das pessoas que realmente estão interessadas por você
Sabe o que é de melhor nestas situações relatadas? A série trata com seriedade e graça os acontecimentos reais. O que me levou a questionamentos sobre a minha vida e a forma de encarar alguns momentos.
Somos diferentes dos nossos pais
Meus pais se casaram com pouco mais de 20 anos. Com a minha idade atual, minha mãe já cuidava dos dois filhos e fazia cursos, enquanto meu pai consolidava uma carreira em uma empresa de médio porte. Eu, com 30 anos, desempregada e sem namorado estou longe de calçar os sapatos deles.
Somos diferentes! E tá tudo bem! Existe uma força social voltada para as mulheres empurrando-as a um casamento e estabilidade emocional até os 30 anos, mas é uma construção social e só isso.
Eu vi um episódio da série e me senti representada. Eu ri, senti vergonha e senti raiva. Toda uma catarse de emoções foram exploradas ao entender como a construção social me atinge e fiquei mais abalada como esta construção atinge várias mulheres das diversas formas.
Neste ano mesmo, uma mulher com seus 45 anos veio me dizer que eu não deveria casar. Que, segundo ela, casar era ruim e que após o casamento o homem fica folgado e ‘acaba o encanto’. A mulher estava no seu terceiro casamento, me disse que não iria largar porque além de ser ruim ficar sozinha é ‘muito feio uma mulher da sua idade não ter ninguém’.
_E os namoradinhos, Mari?
Por enquanto eu vou ficando com o Namorado de Natal da Netflix mesmo, quem sabe depois que eu terminar a série não aprendo como mudar meu modos operante e mudo essa minha realidade atual.