Lançado em 2009, o filme Avatar lançou nos cinemas trazendo grandes novidades nos efeitos visuais, sendo cotado como um dos filmes mais revolucionários do tempo.
Além do trabalho dos efeitos visuais do filme, temos que citar que tivemos as inovações em termos de tecnologia que na época, acabou sendo as pioneiras para assim, começarem a fazer parte do nosso cotidiano e dos filmes que vieram depois.
Vale ressaltar que o desenvolvimento de Avatar começou a ser trabalho pelo diretor James Cameron em 1994, tendo escrito o rascunho de um roteiro, com mais ou menos 80 páginas. A ideia era gravar o filme em 1999, mas de acordo com Cameron, a tecnologia necessária para produzir o filme a partir de sua visão ainda não estava disponível.
Portanto, não podemos ignorar a importância do filme Avatar no mundo dos cinemas e também um dos pilares para o desenvolvimento de grandes tecnologias.
Enredo de Avatar
Passando no ano de 2154, Avatar conta a história da corporativa humana que explora minério em Pandora, uma das luas de Polifemo. Assim, os humanos têm o objetivo de explorar em Pandora e as reservas de um minério em especial.
Pandora é habitado por uma espécie de humanoides chamada de Na’vi. Eles medem quase 3 metros de altura, possuem caldas, ossos naturalmente reforçados com fibra de carbono e pele bioluminescente. Além disso, os Na’vi vivem em harmonia com a natureza e são considerados primitivos pelos humanos.
Os humanos pesquisadores, criaram um Programa Avatar, onde um humano que compartilhe material genético com um Avatar é mentalmente ligado e pode se conectar através de conexões neurais que permitem o controle do corpo do Avatar.
Então, a trama está centrada em Jake Sully, um fuzileiro naval feriado em combate que acabou ficando paralisado. Só que em Pandora, Jake pode andar novamente graças ao seu Avatar.
Portanto, ameaçados pela expansão dos seres humanos em seu planeta, os Na’vi entram em conflito com os militares para impedi-los, travando uma grande batalha.
A tecnologia no filme Avatar
Como o planeta Pandora não existe, James Cameron precisou criar ela do zero. Tudo foi criado, os cenários e tudo que gira em torno dos personagens. Assim, precisava-se de um grande trabalho de computação gráfica.
Precisou ter um grande estudo para também a criação dos personagens e os animais. Precisou de estudos de movimentos, constituição física e óssea e comportamento.
Então, já era pensado pelo diretor que a grande parte do filme iria ser produzido em 3D, para assim, conseguir proporcionar ao espectador uma experiência de imersão total no filme.
Para conseguir esse feito de James Cameron, precisavam reinventar as câmeras 3D, aperfeiçoar o sistema de captura de imagens que iriam ser transformadas em CGI (Imagens geradas por computador) e então, aperfeiçoar o sistema de captura de expressões faciais e corporais dos atores.
Captura de movimento corporal
Para criar a imagem de uma pessoa em CGI e que o resultado seja preciso, é necessário capturar o maior número de variações e detalhes que possam ser transpostos para a tela do computador.
No filme, os atores utilizaram uma malha como roupa, e nelas, uma espécie de pequenos refletores, que são pequenos pontos ao redor da roupa para capturar a grande maioria dos movimentos dos atores.
Esses pontos servem que a câmera capte somente os pontos e não o cenário ou a roupa do ator. Dependendo do caso, cada ponto de vista do personagem virtual, é ajustado para uma das câmeras. Cada marcador do ator é atribuído a um ponto de controle de movimento do objeto.
Para isso, utilizou-se 140 câmeras simultâneas para apenas conseguir capturar esses movimentos. Os movimentos então são catalogados e enviados para um grande banco de dados.
Depois de catalogar os movimentos, os animadoras constroem as imagens dos personagens, ou seja, os avatares, de acordo com o movimento corporal dos atores.
Vale ressaltar que produções que desenvolvem em CGI, não dispensam o trabalho dos atores. É necessário esses atores para conseguir capturar seus movimentos e expressões para um maior realismo na construção das imagens CGI.
Captura de movimento facial
Sobre a captação de movimento facial dos atores, uma microcâmera foi colocada a poucos centímetros do rosto do ator. É colocado também pequenos pontos coloridos ao redor do rosto do ator para capturar todas as expressões do mesmo.
E então, depois da catalogação desses movimentos faciais, é reconstruído um novo rosto em CGI que é a construção de uma nova máscara com uma expressividade tão fiel quanto a imagem original.
Prévia em tempo real
Nas gravações, os atores contracenaram em um estúdio, onde nas gravações, James Cameron conseguiu assistir ao vivo a performance dos atores em uma tela, um switcher de efeitos, junto em um cenário criado pelas imagens de síntese.
O cenário que seria usado oficialmente no filme iria ser integrado apenas mais tarde. Porém, com essas imagens de síntese, já se tinha a ideia de como iria ficar as imagens já nas filmagens com os atores.
Então, o sistema já poderia mostrar os atores como personagens do planeta Pandora, no meio do cenário do planeta. Dessa forma, Cameron conseguia dirigir os atores como se eles tivessem já no planeta fictício.
Criação da câmera 3D
Partindo então das câmeras 3D, a Sony decidiu financiar as pesquisas de James Cameron para uma nova câmera 3D. A ideia era fazer um produto que permitisse a pessoa o controle total sobre aquilo que estava sendo filmado.
Eles usaram a Fusion Camera System, que permitiu a tecnologia 3D ser possível no filme do Avatar. A câmera é capaz de processar vários aspectos ao mesmo tempo.
Depois de todas as filmagens do filme, Cameron e Vince Pace usaram a câmera 3D para voltar e editar as filmagens de maneira mais precisa. Isso foi possível graças a utilização de um dispositivo na câmera chamado camnet, fazendo o processo de filmagem mais suave e coeso.
Por 6 meses então, os diretores ficaram praticamente no estúdio sozinhos para a utilização da câmera. O uso dela reduziu pela metade o processo de edição do filme e melhorou a qualidade das filmagens. Eles foram os responsáveis na escolha de enquadramentos e quais movimentos de câmeras iriam ser utilizados em cada uma das sequências.
A inovação de assistir o filme nos cinemas
O cinema em 3D não foi totalmente uma invenção no ano de lançamento de Avatar, em 2009, porém o 3D se tornou algo relativamente novo nos anos 2000.
Muitas pessoas não gostam dos filmes 3D, por questões de muitos efeitos visuais, ou muitas vezes desnecessários ou até a questão dos óculos que precisamos usar nas sessões de cinema.
Outro ponto é que, na maioria das cenas dos filmes, necessariamente não tem algum efeito 3D, intercalando então com cenas de efeitos e cenas normais. O motivo de isso acontecer é que acreditam que os espectadores podem sentir tonturas ao acompanhar projeções por um longo período.
Então, com a criação da câmera 3D pela Sony para o filme Avatar, além do usuário ter o controle total sobre aquilo que estava sendo filmado, o sistema de lentes duplas que tinha na câmera, foi adaptado para que as imagens exibidas não causarem dores de cabeças aos espectadores.
Portanto, foi possível fazer com que Avatar pudesse ser exibido totalmente em 3D, sem que isso causasse algum tipo de desconforto para o espectador, pelo menos era a ideia da proposta do diretor.
Dessa forma, pode-se dizer que teve um grande aumento das salas em 3D e a crescente adoção deste formato por conta da inovação da tecnologia que Avatar trouxe.
A importância do filme Avatar no audiovisual
Pode-se encontrar várias críticas que o filme Avatar necessariamente não é tão bom assim. Porém, o que não podemos ignorar é como o filme criou um marco tecnológico.
Foi a primeira vez que um filme utiliza com tanta propriedade recursos de CGI tão próximos ao realismo e os efeitos visuais não foram apenas criados por estarem lá e pronto. E sim, esses efeitos constituem o filme em uma nova linguagem.
Não foi atoa que o filme se tornou o maior sucesso de bilheteria e ficou nesse posto por muitos anos, sendo desbancado apenas por Vingadores Ultimato (2019).
O diretor James Cameron ainda afirma que foi uma decisão maquiavélica a criação do filme, já que foi para impulsionar as inovações da computação gráfica, uma tecnologia que utilizará também na segunda e terceira parte do filme, onde não é atoa, que a segunda parte da sequência está demorando para ser lançada e sofreu vários adiamentos.
Então, o filme Avatar consegue ser um marco para o audiovisual em questão de efeitos visuais, e assim, muitos esperam que tudo até hoje em questão de efeitos visuais que sabemos, podem mudar novamente no ano de lançamento do Avatar 2.
O que esperar de Avatar 2?
Depois de adiar a estreia várias vezes, parece que a sequência do filme de Avatar 2 irá ser lançada nos cinemas em dezembro de 2020. Ainda não se sabe, pois com a fusão da Fox (que tem propriedade do Avatar) com a Disney, parece que o filme ser adiado outra vez.
Mas mesmo assim, também é importante citar que, o segundo filme foi gravado junto com cenas já do terceiro filme da franquia.
A sequência do filme promete efeitos técnicos ainda melhores nas telas para explorar o universo subaquático do planeta de Pandora. James Cameron até criticou o realismo do filme Aquaman (2018) sobre as cenas embaixo da água. Assim, o diretor passou várias horas debaixo da água e desenvolveu uma tecnologia própria para a gravação.
Assim sendo, James Cameron disse que é muito difícil nas cenas na água. Onde o problema de filmar na água não é a parte submarina, mas sim a interface entre o ar e a água, que forma um espelho que se move, e assim, esse espelho reflete todos os pontos e marcadores, e que acabam criando marcadores falsos, dificultando a captura de movimentos dos atores.
Críticas sobre o roteiro
Entretanto, sobre depois de várias críticas sobre o roteiro de Avatar, James Cameron em uma entrevista sobre a sequência do longa, comentou:
“Não importa quanto você mascare com ótimo design de produção e efeitos visuais. Se a história não está funcionando, você não se conecta com o personagem, simplesmente não vai funcionar. Claro, não podemos permitir que isso não funcione, no nível de orçamento com o qual estamos lidando. Mas claro, você sempre tem que se dar permissão, como um artista, para falhar não importa o risco. Você precisa tentar coisas. A coisa menos segura que você pode fazer é tentar ser seguro”
Assim, Avatar 2, que foi anunciado logo após o primeiro filme, ainda não tem uma sinopse oficial porém foi confirmado que o filme vai passar no mundo subaquático de Pandora. E mesmo com as dificuldade das gravações embaixo da água, ainda esperamos que James Cameron consiga trazer um longa onde esses domínios submarinos de Pandora serão deslumbrantes.