As animações japonesas são muitas vezes verdadeiras obras de arte (vide Studio Ghibli). Os japoneses são grandes mestres da arte das animações. Isso porque os animes vão além de simples desenhos. São muitas camadas de inspiração, de desenvolvimento e de técnicas. Tendo em vista essa infinidade de pormenores que envolvem as animações japonesas, não é muito difícil que a cada dia surjam mais e mais curiosidades sobre as produções e os bastidores por trás dessa indústria gigantesca. Trouxe aqui algumas dessas curiosidades que talvez você, fã dos animes, ainda não conheça.
O nome do Studio Ghibli vem de um avião da 2ª Guerra Mundial
Que Hayao Miyazaki adora aviões nós já sabemos. Bem, se você assistiu Vidas ao Vento é bem possível que faça alguma ideia. O apreço por aviões de Miyazaki vem de muito tempo, muito mesmo. Na verdade, está presente no próprio nome do Studio Ghibli. Pois é, o nome do estúdio japonês de animação foi inspirado em um avião italiano da 2ª Guerra Mundial, chamado Ca. 309 Ghibli. O Estúdio inclusive fez uma homenagem ao designer desse avião, Giovanni Battista Caproni, em Vidas ao Vento, na cena de um sonho do protagonista Jiro Horikoshi, em que este conversa com o italiano.
A origem por trás do nome Gundam.
Já se perguntou por que aqueles robôs gigantes e clássicos dos animes japoneses se chamam Gundam? De acordo com a Bandai South Asia a princípio esses robôs eram chamados de “Gundom”, uma fusão das palavras “gun (arma)” e “freedom (liberdade)”. Foi então que Yoshiyuki Tomino – criador da franquia Gundam – mudou o nome para “Gundam”, evocando a ideia de que esses robôs eram usados como barreiras (dam, em inglês) para conter os inimigos.
50 cores novas foram criadas para Akira
Não que Akira precise de mais um motivo pra ser o clássico incrível que sua fama já precede, mas a verdade é que razões existem aos montes. A animação dos anos 80 foi um marco em termos de avanços técnicos na indústria dos animes. Akira teve 2.212 tomadas e 160.000 imagens únicas. De 2 a 3 vezes mais que um longa de animação costuma ter.
Além de ter quebrado o recorde no uso de cores (327), 50 destas foram criadas exclusivamente para o filme. Isso porque a maior parte do longa se passa à noite, um cenário que os animadores costumam evitar devido ao requerimento aumentado de cores.
Os titãs em Ataque dos Titãs foram baseados em pessoas bêbadas
As inspirações que os mangakás podem ter para personagens e elementos de suas histórias pode muitas vezes ser um tanto quanto exóticas. Um bom exemplo é o criador de Ataque dos Titãs, Hajime Isayama, que ao buscar ideias para criar os titãs amedrontadores de sua história encontrou a inspiração perfeita em pessoas bêbadas. Na verdade, em um bêbado específico.
Em uma aparição no programa Zip! Isayama revelou que se baseou em um consumidor bêbado que ele conheceu em um cyber café para criar os assustadores titãs de sua história. Ao perceber que era impossível se comunicar com o bêbado, Isayama criou uma história sobre o animal mais familiar e apavorante do mundo: os humanos.
Os personagens de Code Geass adoram pizza porque o anime foi financiado pela Pizza Hut
Enquanto assistia Code Geass você deve ter notado que vira e mexe os personagens aparecem devorando pizzas como se fosse sua comida favorita. E provavelmente é mesmo. Afinal de contas, foi a rede de pizzarias Pizza Hut quem financiou a produção do anime no Japão. Por questões legais, a logo da empresa foi removida na versão norte-americana, mas o mascote japonês da Pizza Hut (Cheese-kun) foi mantido e aparece no anime.
Um outro patrocinador de Code Geass que também aparece bastante no anime é a provedora de internet japonesa BIGLOBE.
Crianças chinesas tentaram reproduzir o Death Note
A China é amplamente conhecida por ser extremamente rigorosa com o conteúdo que permite que seja veiculado em seu território. Muitos animes populares foram banidos quase que imediatamente pelo governo chinês, como: Highschool of the Dead, Ataque dos Titãs e Psycho-Pass.
Curiosamente, Death Note não foi banido por ser violento ou outros motivos mais conhecidos por serem proibidos dentro do território chinês. A razão foi bem mais peculiar. O anime foi banido da China depois que estudantes modificaram seus cadernos para deixá-los mais parecidos com o Death Note e escreveram os nomes dos professores que eles não gostavam nos cadernos.
60% da animação mundial é anime
Pra encerrar, vamos enaltecer as animações japonesas, que mesmo depois de tantos anos ainda são bastante subestimadas pelo ocidente.
De acordo com um estudo feito pela Organização Japonesa de Comércio Exterior, os longas e séries de animação japonesa representam 60% do universo de entretenimento das animações no mundo. Não é à toa que a profissão de dublador no Japão seja tão grande quanto outras profissões mais tradicionais. Existem em torno de 130 escolas de dublagem no Japão.
O universo dos animes é simplesmente gigantesco e ainda existem muitas coisas por aí que nós provavelmente ainda não sabemos. O que é certo é que o Japão manda muito bem no que faz. Nos vemos na próxima aventura!